Verdades de geometria variável

Há uns anos largos (oito, se a memória não me falha) o PSD (com Isabel Damasceno) venceu as eleições para a Câmara Municipal de Leiria, defrontando, entre outras, uma lista de independentes que tinha como primeiro candidato um conhecido militante social-democrata chamado Hélder Roque.
Na noite da vitória, e durante o discurso/proclamação que dirigiu aos apoiantes reunidos na sede, o então líder concelhio, José António Silva, 'prometeu' a expulsão aos militantes do PSD que tinham integrado outras candidaturas.
É verdade que nunca se soube mais nada sobre tais 'expulsões', mas é também verdade que pelo menos os mais conhecidos entre os militantes em causa nunca mais foram vistos em actividades/iniciativas do PSD.
Os estatutos são, hoje, basicamente os mesmos de então, mantendo a 'pena' de expulsão para quem 'ajude' os adversários do partido.
Não me recordo, desse tempo, de qualquer coro de ofendidos contra a 'promessa' de José António Silva.
Mais. Tal 'promessa' foi feita num cenário de vitória.
Por que raio aparece agora tanta gente indignada com um caso igual, clamando contra as 'perseguições' e falando de 'vingança'?
Memórias de galinha ou verdades de geometria variável...

Comentários

  1. Deixo aqui o comentário neste último "post" para não incorrer em dois erros: o primeiro de ser excessivamente repetitivo e o segundo de não poupar tempo.
    O que me apraz dizer nestas alturas, entenda-se “injustiças”, “denúncias”, and so on… é que é muito, mas muito triste ver que as atitudes subjacentes a estes actos de injustificada demência cognitiva se devem ao facto de haver alguéns (perdoem-me esta pequena invenção), que se sentem injustiçados porque não acataram as regras de jogo . Estatutos, regras, valores, leis ou o que quer que seja, são para ser cumpridos!
    Vislumbra-se ao longe, no meio da imensa névoa, um vulto. Vulto este, sobejamente conhecido dos demais, que dá pelo nome de impunidade. Algo que está muito em voga no nosso país, desde há muito, mas agora com especial veemência. Estas hordes de yes man’s, boys e derivados julgam-se, e consideram, estar acima dos restantes. É pena que, a exemplo do sucedido neste caso, não se assista ao mesmo pragmatismo e capacidade de decisão, objectiva e concisa em todas as áreas sociais, políticas, económicas, ambientais e outras que não vale a pena referir (penso que já me fiz entender) do nosso país. É preciso mudança, é preciso força, é preciso ânimo, mas é preciso acima de tudo vontade. Vontade para fazer as coisas de maneira diferente, vontade de arregaçar as mangas e levar este país para a frente, vontade para se agir com honestidade, com civismo e com consciência nacional. Só olhando para, e pelo vizinho do lado poderemos seguir rumo. Enquanto a consciência for: “desde que não seja a mim, tudo bem…”, não há união, não há bairrismo. Existe apenas um grupo de mercenários que a qualquer preço (de preferência muito!), vendem e chacinam património, valores, pessoas e aos poucos o nosso país…

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