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Mostrando postagens de março, 2010

Isto sim, é pornográfico

Os seis doentes do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que a 17 de Julho último cegaram após troca de medicamentos, vão receber uma indemnização total de 597 mil euros. Convido os meus visitantes a fazerem um pequeno exercício... Experimentem viver meia hora com os olhos vendados. Viver significa (tentar) fazer o que fariam normalmente àquela hora... É impossível não é? Eu, que tenho uma enorme miopia num dos olhos e procuro defender ao máximo o outro olho, começo por ficar indignado com a 'normalidade' com que se tratou (e trata) aquele caso. Como é possível? Como foi possível tanta incompetência, tanta negligência, tanta indiferença? E como é possível que se estejam a discutir indemnizações, ainda por cima em 'bolo único', e nada se saiba sobre o paradeiro actual do(s) agente(s) do crime? Sim, porque foi um crime! Um crime vezes seis! Será que continuam (ou vão voltar) a exercer? Penso que ao Estado (que somos todos nós) só cabia uma coisa: pagar (e pagar BEM )

Eu não diria melhor...

5. Deixaram de existir “alegados”. Há uns anos atrás não havia vítima de pedofilia, pedófilo e caso de pedofilia que não fosse alegado. A alegada vítima tinha alegadamente sido violada pelo alegado pedófilo. Os alegados desapareceram e passamos a viver no mundo das certezas cristalinas. Obrigado a João Miranda (do Blasfémias )

O PSD tem conserto?

Tenho do PSD tantos anos de ‘matrícula’ quantos o partido tem de vida (menos os meses de Maio a Setembro ou Outubro de 74). O que é, todavia, diferente dos anos de militância, bastantes menos (cerca de 15…) por força do exercício de profissão incompatível. Isto ressalvado, à laia de ‘declaração de interesses’, digo-vos que me impressiona e preocupa o estado a que chegou a vida interna do PSD. Sendo certo que sabia não ir encontrar um ‘alfobre de ideias’ (vida de jornalista é um excelente lugar de observação!), a situação que se vive em Leiria é muito pior do que esperava. Eu sabia que pelo menos desde os idos de 80 do século passado o pagamento massificado de quotas era prática normal de um grupo bem identificado (e que, aliás, o não escondia). Mas julgava (oh ingenuidade!) que a refiliação e a alteração das regras de pagamento da quotização (que ainda devemos a Rui Rio) tinham ajudado a melhorar a situação. Santa ignorância! A vida interna está pior, muito pior, que nesses longínq

Os pressupostos do PSD e as tarefas do Pedro Passos Coelho

Pronto! Contados os votos, escolhido o novo líder, é tempo de olhar para a frente. A votação foi de tal modo expressiva que nem é preciso recorrer à fórmula rei morto, rei posto . E se, para que as coisas ficassem claras, mais um voto que os 50 por cento era suficiente, com uma percentagem superior a 60 por cento o Pedro Passos Coelho tem toda a legitimidade para escolher e impor o seu caminho. Não há margem para espingardas, nem sequer para bandeiras. O Pedro tem o direito de exigir lealdade e colaboração totais. De oponentes e apoiantes (e principalmente destes…). E essa é, em minha opinião, a sua primeira tarefa: dominar os ‘seus’, controlar os apetites, as exigências, as cobranças. Conhecendo o que conheço, será tarefa difícil. Mas é condição essencial para o resto. Tendencialmente, o PSD une-se ao ‘cheiro’ do poder. Mas, nos anos mais recentes, tem crescido a tentação para distribuir o ‘bolo’ ainda antes dele sair do forno (no que é uma aproximação ao comportamento mais típico

Obrigado Paulo... Felicidades Pedro!

"O País sabe que o PSD decidiu mudar, este foi um resultado muito expressivo, não houve um cheque em branco. Tenho a certeza que o PSD me deu um voto de confiança para poder liderar o partido" (Pedro Passos Coelho). É isto mesmo! Escolhemos, a maioria votou em Pedro Passos Coelho, é ele o meu Presidente. Já enrolei e guardei a bandeira. Obrigado Paulo Rangel! A partir de hoje, começa um novo ciclo, que espero ardentemente seja mais pacífico e profíquo que os anteriores. Ainda bem que a votação foi expressiva e concludente, revelando o que a maioria quer sem sombra de dúvida. Felicidades Pedro!

Vamos limpar a cidade?

Imagem
A campanha 'Limpar Portugal' foi orientada para limpar as matas da tralha que a falta de civismo lá foi depositando ao longo dos anos. Imagem de marca de um povo que não sabe de todo o que seja civismo... Que tal completar a campanha com uma acção de limpeza das cidades, vilas e aldeias? Podia-se começar por 'limpar' os carros dos locais onde eles não podem (não podiam...) estar? Em Leiria, hesito relativamente ao primeiro local: a entrada da Praça Rodrigues Lobo ou, surpresa!, o pátio do Marcado de Sant'Ana?...

Eu, denunciador, me confesso

“Se pensas que és pequeno de mais para mudar o Mundo, experimenta dormir com uma melga no quarto” (Lido numa parede do Tribunal de Leiria) “O medo de ser livre provoca o orgulho de ser escravo” (Spartacus? – também, em tempos, numa parede do Tribunal de Leiria) Sim! Confesso que sou um dos ‘malfeitores’ que participou às instâncias competentes do Partido Social Democrata a presença, em listas adversárias das do partido, de 35 filiados do PSD. Confesso que, com esse acto, transgredi as regras básicas reinantes na Secção de Leiria, que mandam dialogar, dialogar, dialogar, dialogar sempre e em qualquer circunstância, desde que desse diálogo resulte o cumprimento da vontade de um qualquer ‘deus’ omnipotente, omnisciente e controlador da vontade ‘livre’ dos seus apaniguados. Confesso que interpreto mal o texto da lei vigente no PSD e que, no número três do seu artigo nono, determina que “Cessa a inscrição no Partido dos militantes que se apresentem em qualquer acto eleitoral nacional

Palavras sábias (digo eu...)

Quanto ao ‘terceto de Mafra’, Rangel subiu e Passos desceu, Aguiar encalhou. Será demasiado simplista, mas foi isto mesmo: a necessidade da ‘ruptura’ andou ali de boca em boca, como de certa forma já se impusera no partido e em parte do País. Mas há direitos de autor e eles são de Rangel, o único que percebeu que o PSD precisa de ideias fortes como vitaminas, vestidas de palavras sonoras para voltar a reencontrar o norte, o caminho, o golpe de asa. Rangel é um político de corpo e alma e felizmente tem apenas 42 anos. E não tem padrinhos, nem tribos, nem pertenças, um luxo no PSD. Passos Coelho, a quem os debates televisivos correram bem, mostra-se sempre desenvolto e fluido no by the book . Fora dele, atrapalha-se, fica sem ar: patinou no ‘intimismo’, derrapou com Jardim, deu o flanco na contradição. E nem Marco António (…) nem Fernando Costa, apesar de donos de distritais pesadas, destilaram confiança: duvido que, após tê-los visto e ouvido, qualquer ser normalmente constituído tives

Coisas escritas que são setas

Quem escreveu isto, quem foi? " Como um barco sem rumo Imagine um navio numa tormenta, com um rombo no casco, o leme danificado e a água a entrar na casa das máquinas. Em pânico, os passageiros esperam do comandante decisões firmes e sábias. Eis senão quando este informa esperar-se que alguém possa vir em socorro do barco, comprá-lo, afundá-lo, ou mesmo transformá-lo; mas nada é certo. Os passageiros esperavam acção, não que caísse do Céu uma solução. Não sei o que aconteceu ao barco, mas lembra-me o estádio de Leiria. Entre vendas, implosões e transformismos, a conta continua a aumentar e verdadeiras soluções… nenhuma. Num barco, para chegar a bom porto, é preciso ter um rumo definido e um piloto capaz de cumprir a rota." Pois... Texto de José Manuel Silva (deputado municipal do PS) no 'Região de Leiria' de 5 de Março de 2010

Coisas que não compreendo

Se isto é verdade (Pedro Passos Coelho era o único candidato à presidência do PSD que tinha direito de voto no Congresso), pergunto-me porque se absteve na votação da 'lei dos 60 dias' para depois vir para a Comunicação Social dizer que discordava dela... E pergunto-me também por que razão os outros dois candidatos que contam não passaram palavra aos seus apoiantes para que votassem contra... E pergunto-me ainda que imagem dará o PSD quando, daqui a três semanas. abolir a dita 'lei'...

Não havia necessidade!

A (nova) disposição estatutária aprovada este fim-de-semana pelo PSD, e que proíbe críticas públicas à linha oficial nos 60 dias antes de um acto eleitoral, é um manifesto exagero e um rematado disparate político! Devo dizer que compreendo quer a intenção do proponente (Pedro Santana Lopes) quer a reacção/votação da esmagadora maioria dos congressistas. Com especial autoridade neste particular, Pedro Santana Lopes quis preservar futuros líderes das atribulações do passado recente, quando houve sempre uma picareta falante a destoar do(a) líder de serviço, assim minando a respectiva autoridade e criando ruído objectivamente favorável aos adversários. Com especial autoridade (também), os delegados - convém sublinhar que 3/5 dos congressistas - expressaram a sua revolta perante os desmandos de certas 'elites', sempre mais preocupadas com agendas próprias do que com os objectivos últimos do partido enquanto um todo. Pese embora esta prática não seja nova no PSD - urbanos/rurais,

Mafra chama Belém... escuta?

É bem certo que a vingança se serve fria... Ainda agora, no Congresso de Mafra do PSD, Pedro Santana Lopes desferiu uma crítica mortal para Cavaco Silva. 'Regressando' ao seu tempo de primeiro-ministro e a um célebre artigo de jornal, Santana perguntou a Cavaco se é Sócrates a 'boa moeda'. Certeiro! Porque se verificou (uma vez mais) a justeza daquele dito popular "atrás de mim virá quem bom me fará". De facto Santana poderá não ser 'boa moeda' - a sua inconstância, o jeito de 'enfant terrible' não ajudam - mas Sócrates é pior, muito pior. A Pedro Santana Lopes pode apontar-se muita coisa, mas jamais, JAMAIS, se levantaram dúvidas sobre a sua probidade e seriedade. Está tudo dito!

País de caca

Esta notícia fez-me lembrar uma anedota velha, velha, que se contava entre amigos, aqui há muitos anos. Num café de uma cidade de província, um homem sozinho a uma mesa, falava mais ou menos entre-dentes: "País de merda... País de merda... País de merda". De uma mesa próxima, levantou-se um indivíduo e deu-lhe voz de prisão. "Preso, eu? Porquê?" "Preso porque está a dizer mal de Portugal!' "Eu?... A dizer mal de Portugal? Como pode dizer isso? Eu só disse país..., como pode dizer que eu falei de Portugal?" O indivíduo hesitou, mas acabou por voltar à sua mesa, aparentemente convencido. E o homem continuou a lenga-lenga: "País de merda... País de merda..." O indivíduo aguentou aquilo um bocado mas, subita e resolutamente, levantou-se e deu mesmo voz de prisão ao homem: "O senhor está preso, porque o único país de merda que eu conheço é o nosso!"

Verdades de geometria variável

Há uns anos largos (oito, se a memória não me falha) o PSD (com Isabel Damasceno) venceu as eleições para a Câmara Municipal de Leiria, defrontando, entre outras, uma lista de independentes que tinha como primeiro candidato um conhecido militante social-democrata chamado Hélder Roque. Na noite da vitória, e durante o discurso/proclamação que dirigiu aos apoiantes reunidos na sede, o então líder concelhio, José António Silva, 'prometeu' a expulsão aos militantes do PSD que tinham integrado outras candidaturas. É verdade que nunca se soube mais nada sobre tais 'expulsões', mas é também verdade que pelo menos os mais conhecidos entre os militantes em causa nunca mais foram vistos em actividades/iniciativas do PSD. Os estatutos são, hoje, basicamente os mesmos de então, mantendo a 'pena' de expulsão para quem 'ajude' os adversários do partido. Não me recordo, desse tempo, de qualquer coro de ofendidos contra a 'promessa' de José António Silva. M

Mais vestes rasgadas...

A escolha de Isabel Damasceno como candidata a Leiria levou à derrota e, agora, à expulsão dos que desafiaram o partido A sério? Quem foi o ‘cientista’ que provou que com outro candidato o resultado seria diferente? E se o DN teve acesso à carta (de denúncia da situação) não leu o que dispõem os Estatutos do PSD? A expulsão é automática a partir do momento em que se participa em lista adversária, com vitória, com derrota ou com empate!… A derrota do PSD na Câmara de Leiria, abriu uma guerra na estrutura local do partido, sem fim à vista. Ai há uma guerra? E sem fim à vista? Coisas que os jornalistas sabem… Agora, um grupo de 35 militantes que se envolveram em candidaturas de outros partidos foi expulso - recebendo a comunicação formal na semana passada. Na lista (negra) do partido constam vereadores, presidentes de junta e outros autarcas eleitos nas listas do CDS-PP e do PS. É o caso de Beatriz Vaz, que concorreu à Junta de Freguesia da cidade, pelo CDS. "Isto é um acto de vi

Só coisas que m’apoquentam…

Cinco ex-militantes do PSD [de Leiria], expulsos do partido por terem integrado outras listas nas eleições autárquicas, criticaram hoje a Comissão Política Nacional (CPN) do partido por não os ter ouvido antes da decisão final. Beatriz Vaz, uma das ex-militantes expulsas, que falou em nome da maioria dos 35 ex-membros, lamentou que o Conselho de Jurisdição Nacional se “limitasse a expulsar militantes, sem previamente ouvir os interessados ou as respetivas concelhias”. Que pena tão grande! Mas… Não é a CPN que expulsa, mas sim o Conselho de Jurisdição Nacional (Artº 9º dos estatutos: 3. Cessa a inscrição no Partido dos militantes que se apresentem em qualquer acto eleitoral nacional, regional ou local em candidatura adversária da candidatura apresentada ou apoiada pelo PPD/PSD). Portanto… já sabiam! O pedido de expulsão foi assinado por nove sociais democratas, que concorreram à Câmara de Leiria. Para estes ex-militantes, esta atitude foi um “ato de vingança por terem perdido as ele

Um grande 'bem hajam' para jornalistas e opinadores

O que estamos a viver resulta, principalmente, do que Sócrates, o PS e o Governo fizeram nos quatro anos e meio que durou a anterior legislatura. Somado, naturalmente, ao que Guterres, o PS e os seus governos fizeram a partir de 1995. Não vale a pena disfarçar, disparar para os dois (pequenos) governos PSD/CDS de Durão e Santana, atribuir culpas à 'conjuntura internacional' e outros factores exógenos. Os problemas estão cá dentro. Mas nisto tudo, há mais culpados. Com alguns jornalistas (e órgãos de comunicação social) e muitos opinadores nesta segunda linha. Consciente e/ou inconscientemente, são parte do problema, por muito que agora rasguem as vestes e escrevam contra Sócrates, Teixeira dos Santos e o PS. Pelo menos nos últimos quatro anos foram activos cúmplices do embuste e da mistificação, desviaram as atenções, engoliram de bom grado todas as patranhas que lhes ofereceram. Não houve espírito crítico, não houve perguntas, não houve dúvidas. 'Verdade' revelada

Avé César, nós que vamos morrer...

Duas notícias separadas por quatro dias trouxeram-me à memória a frase atribuída aos gladiadores dos circos romanos. E quais são essa notícias? 1. "Portugueses são muito tolerantes com a corrupção" (no Público de dia 5). Segundo (mais um) especialista, "cerca de 63 por cento dos portugueses toleram a corrupção desde que produza efeitos benéficos para a população em geral"... 2. "Governo esmaga classe média" (no Correio da Manhã de dia 9). Em causa as medidas anunciadas no âmbito do Programa de Estabilidade e Crescimento e que, depois de um zapping pela generalidade dos títulos da Comunicação Social, permite concluir que vêm aí mais tempos dificílimos para os sacrificados do costume. E que tem uma notícia a ver com a outra? Tem que em Setembro passado (seis meses, portanto) houve eleições legislativas. E tem que, já nessa época, se levantavam vozes suficientes alertando para o que aí viria. E tem que, já nessa época, havia suficientes indícios de co

Um pouco de justiça... finalmente!

Trinta e cinco (ou 36) militantes do PSD foram identificados, em Outubro passado, em listas concorrentes às do PSD nas eleições autárquicas de Leiria. Um grupo de (outros) militantes fez chegar aos órgãos nacionais do partido uma comunicação em que denunciava tal situação; de acordo com os estatutos, esse gesto implica a expulsão inapelável. Estes meses todos passados, eis que a Comunicação Social dá conta do veredicto: expulsos! Fez-se justiça! Justa, mas algo demorada... Eis senão quando, Sª Exª o Presidente da Concelhia (que ao tempo dos factos fez os possíveis e os impossíveis por ser candidato a presidente da Câmara e, preterido, fez tudo para ajudar o candidato do PS) vem lamuriar-se que não foi ouvido sobre o assunto e revelar que muitos dos agora expulsos já se tinham desvinculado. Diz isso agora, porque quando foi ouvido pelos OCS à data do conhecimento público da comunicação aos órgãos nacionais verteu lágrimas de crocodilo argumentando que esses indivíduos tinham-se vist