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Mostrando postagens de junho, 2012

A modéstia ficava-nos bem

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, disse esta semana que a Europa não aceita lições de democracia e de economia. Disse-o no contexto de uma qualquer cimeira, algures do outro lado do Atlântico. A primeira parte da afirmação parece-me inquestionável: foi aqui que tudo começou (na Grécia antiga); foi aqui que quase tudo se desenvolveu (na Inglaterra e em França, principalmente) e depois crescentemente na maioria dos restantes países; foi daqui que a democracia irradiou para outros continentes, num movimento lento mas seguro e crescente. Quanto à segunda parte (as ‘lições de economia’) já me assaltam muitas dúvidas. É verdade que foi na Europa que, até há algumas décadas, se verificaram os maiores valores de crescimento e desenvolvimento, que foi aqui que, apresar de tudo, se alcançaram maiores índices de justiça social (ou menores índices de injustiça social…). Mas também é verdade que, há algumas décadas também, a Europa (ou a maioria da Europa) estagnou e, mesmo, inic

Um ano passado

Cumpriu-se esta semana um ano sobre as eleições legislativas antecipadas de que resultou este Governo. É tempo de um primeiro balanço. Em Abril de 2011, lembremos, Portugal pedira ajuda externa para ultrapassar a situação de eminente ruptura financeira em que se encontrava, do que resultou o chamado ‘Memorando de entendimento’ com o FMI, o BCE e a Comissão Europeia. A assinatura deste documento significou para PS, PSD e CDS/PP que a campanha eleitoral se desenrolou com um ‘programa de governo’ antecipadamente definido. Um ano passado, uma boa maneira de assinalar a data é ler a entrevista que Medina Carreira concedeu ao jornal ‘i’ no dia 2 deste mês. Com a sua habitual lucidez, o ministro das Finanças do primeiro Governo Constitucional traça um quadro bem real, e muito duro, da nossa realidade e do que aqui nos conduziu, enquadrando-a na crise mais geral do mundo Ocidental. Permitam-me que sublinhe a que é, no meu ponto de vista, a mensagem essencial desta entrevista: na nossa situ