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Mostrando postagens de janeiro, 2011

Uma vergonha

Centenas (milhares, o que for) de eleitores foram impedidos de votar no passado domingo. O facto, só por si, já é suficientemente grave para passar sem consequências (sérias). Estamos perante uma situação inédita na história da nossa Democracia: cidadãos eleitores impedidos de o ser por uma qualquer deficiência mecânica (digamos assim). Devo confessar que durante o apuramento dos resultados não me apercebi da dimensão do problema; e por isso não o valorizei devidamente. Já tarde na noite, e principalmente na manhã de segunda-feira, é que me inteirei da dimensão do que sucedera. Como é possível que, numa sociedade tão ‘tecnológica’, tão avançada, uma coisa simples, como saber o número de eleitor, se tenha revelado tão complicada, e mesmo impossível? Como aceitar passiva e acriticamente que centenas (ou milhares, ou o que for) de eleitores tenham desistido de votar, desesperados e exasperados, pela completa ineficiência da máquina do Estado? Como entender que os responsáveis resumam

Para onde foram os votos de Soares?

Cavaco Silva (baixemos os olhos, compungidos) perdeu meio milhão de votos. Manuel Alegre (olhemos de frente, semi-ufanos) baixou a sua votação em apenas 200 mil. Será assim? Não! Claramente não! Ali em cima mora apenas 50 por cento de verdade: Cavaco foi reeleito com menos 543327 votos. Manuel Alegre recolheu, há cinco anos, 1126855 votos. Era, então, ‘o’ candidato anti-sistema, blá, blá, blá… E ontem? Ontem o mesmo Manuel Alegre apresentou-se nas urnas como candidato do PS, do BE e do PCTP-MRPP. Ou seja, juntou à sua ‘qualidade’ de independente anti-sistema, a ‘qualidade’ de candidato de quase toda a esquerda. Somemos, então, os votos para poder comparar o que é comparável: somemos aos seus 1126855 votos, os 780905 de Mário Soares (candidato oficial do PS em 2006), os 288625 de Francisco Louçã (do BE) e os 23707 de Garcia Pereira (do PCTP-MRPP). Ou seja, 2220092 votos. Sendo que ontem houve 832021 votos em Manuel Alegre, teremos que concluir por uma perda de 1388071 eleitores

Sigamos a bola

Sim, eu sei! É futebol, e futebol não é coisa recomendável. Eu sei, mas o melhor do mundo é Português e até partilhou a distinção em Português. Além disso, no mar de desgraça que inunda o panorama noticioso, um galho a que nos agarremos só faz bem. Mais ainda, o título de ‘melhor treinador do mundo’ (seja lá isso o que for) resultou, ao que ouvi, de votação efectuada pelos pares (e concorrentes) de José Mourinho (claro que é dele que se trata). Não resulta de uma ‘pesquisa de opinião’, da mobilização dos amigos, muito menos da participação em qualquer ‘concurso’ televisivo. Goste-se ou não se goste da personagem (eu confesso que não gosto), uma coisa é verdade: é um dos poucos portugueses que conheço que definiu os seus objectivos, se preparou para eles e trabalhou para os alcançar. E isto não é pouco. Em Portugal, aliás, é imenso! Claro que não inventou a roda, não conseguiu a quadratura do círculo nem descobriu o elixir da vida eterna… É bom no futebol, e o futebol é só chutos n