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Mostrando postagens de julho, 2011

Obrigado Moody’s

O dia 5 de Julho de 2011 poderá ficar na nossa história recente como o dia em que a Europa acordou. No dia 5 de Julho, recordo, a agência de notação Moody’s definiu que a situação financeira de Portugal era ‘lixo’, gerando no País um movimento misto de incredulidade (face às medidas que o Governo tinha anunciado) e repulsa. Deixando de lado as questões técnicas, que não domino de todo, vou tentar seguir o raciocínio de um amigo (que me inspirou este texto). Diz ele que o anúncio da Moody’s foi o sinal de alarme de que a Europa (pelo menos a do Euro) precisava para olhar a sério para a crise da moeda única e das economias de boa parte dos países que a integram. E que, por isso, devíamos estar gratos à dita agência. Alguns depois, os líderes dos países do Euro aprovaram significativas alterações e complementos aos planos de ajuda á Grécia e a Portugal, diminuindo o esforço exigido para solver os respectivos compromissos. Mas foi da Alemanha que, na minha perspectiva, veio a melhor no

(Não) apita o comboio

Há uma semana (quase dia por dia) a CP anunciava, secamente, que ia encerrar a ligação norte entre Portugal e Espanha (Porto-Vigo). Há uma semana (dia por dia), a CP anunciava que, afinal, a ligação (quatro comboios por dia, dois em cada sentido) se mantinha porque a sua congénere espanhola assumia os custos de exploração no seu território. Chamo aqui o assunto porque aquela ligação é bastante parecida com a nossa Linha do Oeste: não electrificada, com paragens em (quase) todas as estações e apeadeiros, em ‘composições’ velhas de décadas (e, como tal, desconfortáveis, barulhentas e lentas). E com uma frequência semelhante. Experimentem os leitores ir de Leiria a Lisboa ou a Coimbra pela Linha do Oeste… Eu fiz, há cerca de um ano, a viagem Viana do Castelo-Leiria. É, digamos, interessante: Viana-Porto, Porto-Coimbra, Coimbra-Leiria, com 17 minutos de intervalo no Porto e 1h25 em Coimbra… cinco horas e vinte e três minutos, na que é a ligação mais rápida; as outras duas demoram mais u

Entre Beja e Monte Real (com Espanha como exemplo)

(obrigado ao João Melo Alvim pela ‘inspiração’) A imprensa espanhola tem, nos últimos dias, dado particular destaque à situação que se vive no ‘mapa’ aeroportuário do país. A febre de construção e remodelação de aeroportos que varreu Espanha nos anos recentes conduziu a uma situação explosiva. Milhares de milhões de euros ‘investidos’, inúmeros aeroportos construídos ou ampliados, expectativas alimentadas e que não se verificam… o panorama é negro e vai revelando parte das razões que levaram a Espanha a uma situação financeira não muito diferente da nossa, quiçá até mais grave. Como se não bastasse o panorama aeroportuário, também a alta velocidade ferroviária começa a revelar as consequências de investimentos mal ponderados. Que temos nós a ver com isso? Deixemos de lado o TGV, que felizmente não temos, e vejamos os aviões. Beja é o melhor exemplo que poderíamos ter para ilustrar o erro espanhol: milhões de euros consumidos, um voo semanal, menos de dez passageiros por voo. E Mo