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Mostrando postagens de maio, 2011

Big brother

Foi anunciado esta semana o projecto de instalação de quase meia centena de câmaras de videovigilância no centro de Leiria. Os objectivos são louváveis e inquestionáveis, mas repugna-me o meio para os atingir. É verdade que qualquer de nós, nos mais pequenos actos da vida, já prescindiu de uma fatia significativa da sua privacidade: utilizamos cartões de pagamento e a ‘Via verde’, andamos permanentemente com um telemóvel no bolso. Todos esses ‘equipamentos’ deixam rasto, bastando seguir as ‘pegadas’. Mas utilizamos esses objectos porque, quando e onde queremos: basta desligar o telemóvel para nos ‘evaporarmos’… Outra coisa completamente diferente é um sistema de videovigilância. Que não controlamos nem saberemos efectivamente onde está. Mas que está, vê e, presumo, regista. E ser controlado pela PSP não altera o fundo da questão. Incomoda-me saber-me permanentemente observado, mesmo que seja para ‘garantir’ a minha ‘segurança’. Incomoda-me saber que alguém, algures, sabe onde estou

Um mundo melhor

Há muitos anos (no inícios dos 90 do século XX) tive oportunidade de visitar os campos de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau, provavelmente a maior ‘fábrica da morte’ do regime nazi. Uma das sensações mais marcantes (se é que se pode falar de mais ou menos num tal cenário de horrores) aconteceu quase no fim da caminhada por Auschwitz, quando deparei com a forca onde foi executado o mais conhecido comandante do campo, Rudolf Höss – foi como que um suspiro de alívio: apesar de tudo, tinha-se feito alguma justiça. Enquanto escrevo este texto (na noite de segunda-feira) , é um pouco esse sentimento que me domina relativamente à anunciada morte de Osama Bin Laden. Escrevo ‘anunciada morte’ porque me parece serem ainda poucas as evidências de tal facto: há ainda muita espuma no ar, muitas incongruências nos diversos ‘relatos’, muitas pontas soltas. Apesar do teor assertivo da declaração de Barack Obama e das notícias sobre a conformidade do ADN, a verdade é que Bin Laden era