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Mostrando postagens de julho, 2012

Se isto é Justiça...

Provavelmente já ninguém se lembra como tudo começou. Provavelmente ninguém sabe ao certo o que é (era) o ‘caso Freeport’. Nem interessa, para o que aqui me traz. Segunda-feira, foi notícia o pedido de absolvição, pelo Ministério Público, dos dois arguidos no processo em julgamento no Tribunal do Barreiro. Nada de mais, comentou (por estas ou semelhantes palavras) o Procurador Geral da República. Será. Desconhecedor dos meandros processuais e das minudências legais, admito que sim, que à luz daquelas regras, seja normal. Mas enquanto cidadão parece-me… digamos… estranho que o Ministério Público formule uma acusação (ou lá como formalmente se designa), se realize o julgamento e, nas alegações finais, o mesmo Ministério Público venha pedir a absolvição daqueles que acusou, com base na falta de provas. Falta de provas? A julgar pela pormenorizadíssima ‘investigação jornalística’ que encheu dezenas e dezenas de páginas de jornais, horas e horas de rádio e televisão, provas é o que n

Para além da poeira

O que aconteceu nestes últimos dias na Câmara Municipal de Leiria e respectivos bastidores é demasiado importante e grave para ficar confinado ao diz-que-disse e a ‘notícias’ laterais. O que aconteceu nestes últimos dias na Câmara Municipal de Leiria e respectivos bastidores diz respeito ao governo do Concelho, ao dia-a-dia dos seus habitantes e tem, evidentemente, efeitos sobre a nossa vida. O ‘folhetim Leirisport’, se assim lhe podemos chamar, é uma história profundamente mal contada, assente na ‘bondade’ do cumprimento de uma promessa eleitoral (coisa bonita para colocar na botoeira do casaco). Em primeiro lugar, durante os quase três anos deste mandato, ninguém foi capaz de explicar (e provar) por A mais B as vantagens e virtualidades da extinção da empresa municipal. Desde um célebre ‘estudo’ de uma empresa de consultadoria (é assim que se escreve?) que, como é regra, concluía o que cada um quisesse ler, até às sucessivas declarações de sucessivos ‘responsáveis’, ninguém foi ca

O copo meio cheio

É habitual, para ilustrar as diferenças de perspectiva, dar o exemplo do copo de água com metade da sua capacidade ocupada: estará meio cheio para um optimista e estará meio vazio para um pessimista. Veio-me esta comparação à cabeça quando li, esta semana, que os números do desemprego se mantiveram em Maio relativamente a Abril. É verdade que é superior ao mês homólogo do ano anterior, mas parou a descida que se verificava há oito meses consecutivos e o desemprego entre os jovens registou um ligeiro recuo. Sendo desajustado preparar foguetes para assinalar o ‘feito’, vale a pena conjugar este indicador com os números da nossa balança comercial com o exterior. E aqui há progressos, consistentes, assinaláveis: diminuem as importações e aumentam as exportações, com diversificação dos mercados de destino. Disse Winston Churchill, depois de uma das primeiras vitórias aliadas na segunda Guerra Mundial, que não estavam perante o início do fim (da guerra) mas sim perante o fim do início. A