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Mostrando postagens de outubro, 2011

Brincar com coisas sérias

Voltou a aquecer a já antiga disputa em torno da possibilidade de troca de medicamentos previamente receitados. Em causa está a (próxima) prescrição por substância activa e não por nome comercial. Alega a Ordem dos Médicos que isso é perigoso, pois os medicamentos não são todos iguais nem oferecem a mesma garantia e promete, mesmo, que os médicos vão distribuir um folheto de alerta aos seus doentes. Ripostam os farmacêuticos que não pode ser colocada em causa a qualidade dos remédios, pois essa apreciação compete ao Infarmed (e, portanto, se estão à venda é porque cumprem os padrões exigidos). No meio, como sempre…, os ‘consumidores’ interrogam-se. Se os genéricos são mais baratos e se, para mais, há uns genéricos mais baratos que outros, por que não podem poupar algum dinheiro? Em quem devem confiar? Nos seus médicos? Nos seus farmacêuticos? A resposta mais natural, digamos, seria confiar nos médicos. Afinal de contas, as farmácias têm interesse económico na venda de medicamentos

Ensaio sobre o futuro

Tenho muitas dúvidas sobre a anunciada reforma da organização do Poder Local, especialmente no que respeita ao redesenho das Freguesias. Sucintamente, porque as economias de gastos são mínimas e podiam conseguir-se de outro modo, porque se está a mexer em sentimentos de pertença muito fortes (especialmente fora das zonas urbanas) e porque as Juntas de Freguesia são a sede de poder mais próximo dos cidadãos (mesmo que esse poder seja [quase] ínfimo). Todavia, e porque o que tem que ser tem muita força, gastei algum tempo a olhar para o mapa do Concelho de Leiria, visto à luz do que não poderá ser: 20, em 29, Freguesias terão os dias contados. A anunciada reforma assenta em critérios predominantemente numéricos, medidos em quilómetros e em habitantes. O que me parece pouco, embora sejam provavelmente os critérios mais objectivos que se poderiam encontrar. Isto dito, e sublinhando que o ponto de partida é a inevitabilidade da reforma, penso que se poderia aproveitar a oportunidade par

Portugal no seu pior

Portugal é um país de ‘gajos porreiros’… depois de mortos. Portugal é um país de gente boa, toda muito amiga uma da outra… enquanto há uns pós de poder no casaco de cada uma. Portugal é um país de descobridores: gente que, de um momento para o outro e mal se suspeite que os pós de poder podem voar de um qualquer casaco, descobre coisas inauditas sobre a personagem em questão. Nesse momento, e até à ‘vida eterna’, essa pessoa passa a ter todos os defeitos do mundo, desde a corrupção ao despesismo, do gostar de copos até ao mau feitio… É o que se vem verificando a propósito das eleições regionais na Madeira. Alberto João jardim é o mesmo há mais de três décadas: truculento, desbocado, excessivo, amigo dos copos e dos charutos (até ao susto recente…), insultuoso por vezes. Há mais de 30 anos que a vida política da Madeira é igual: a preto-e-branco, amigos de um lado inimigos do outro. Não há meios termos, não há moderação, haverá tolerância zero, favorecimentos, benefícios diversos.