Sobre futebol (ou talvez não)

Esta semana ficará registada como a que viu ressuscitarem velhos fantasmas no mundo do ‘nosso’ futebol profissional.
Quem tenha uma data de nascimento mais antiga (ou quem se dedique a ler sobre estas coisas) lembrar-se-á que isto já aconteceu no passado.
De facto, a opção pelo aumento do número de clubes nos principais campeonatos nacionais não é nova e, tal como nesse passado, correu mal: entre suspeitas e certezas, correu imensa tinta, houve queixas de favorecimentos e, alguns anos depois, lá se voltou atrás (para o modelo actual).
Aparentemente, não se aprendeu com o erro (ou, pior, aprendeu-se…) e vá de avançar com uma mudança de regras que é tudo menos clara, transparente e prestigiante. Com os campeonatos a aproximarem-se do final, foi resolvido esta semana que na próxima época haverá mais equipas a disputá-los. Pior: foi resolvido que, ao contrário do habitual, não haverá “despromoções”; ou seja, fica tudo na mesma, mais duas equipas que subirão do escalão mais baixo ao mais alto.
Dir-se-á que não lembra a ninguém mudar regras a meio do que quer que seja, muito menos de uma competição desportiva. Dir-se-á ainda que, encarando-se essa mudança, seria obrigatório acautelar todas as suspeitas e procurar-se-ia a maior justiça possível.
Dir-se-á que isso seria possível em qualquer campo… menos no futebol. No futebol (que, no princípio, era um desporto) parece valer tudo.
Infelizmente, e valha isto o que valer, Leiria está directamente envolvida na confusão: o clube que ostenta o seu nome ocupa o último lugar da classificação e poderá vir a ser beneficiado com o aumento de clubes.

"Memórias de Salazar" é, ou será, uma marca de vinho promovida em Santa Comba Dão, cujo município quer registar a marca “Salazar”.
O chefe do “Estado novo” já morreu há mais de 40 anos. ‘Ressuscitar’ a sua memória é no mínimo discutível. Fazê-lo a goles de vinho parece-me de um profundo mau gosto.
(in 'Região de Leiria' - "Da margem do Lis", 16 de Março)

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