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Três mil duzentos sessenta e cinco. Este é o número da nossa solidariedade, expressa no apoio aos necessitados apoiados pelos Bancos Alimentares contra a Fome.
Pode parecer pouco quantificar assim a nossa solidariedade. Mas se acrescentarmos àquele número a palavra toneladas, se dissermos que é 30 por cento superior ao conseguido no ano passado (ou seja, mais 775 mil quilos), se sublinharmos que estão em causa bens alimentares de primeira necessidade e se lembrarmos que já em 2009 haviam sido batidos todos os recordes, temos uma noção mais clara do quão somos solidários.
Ah! Falta um número: 30000. Trinta mil voluntários disponibilizaram-se, em dois dias, para tornar a recolha possível.
Entre as sombras que marcam o futuro que se antevê negro e difícil, a campanha dos Bancos Alimentares contra a Fome (como outras que pontualmente se realizam anualmente com os mesmos objectivos) revela muito mais sobre Portugal enquanto povo do que a generalidade das notícias do dia-a-dia.
Desfeitas, por força de circunstâncias que não vêm agora ao caso, as velhas relações (e cumplicidades) de vizinhança, somos o mesmo povo solidário de outras épocas. Apesar das dificuldades que cada um atravessa, não perdemos a noção de que há outros em piores circunstâncias e a esses sabemos estender a mão. Sem disso fazer alarde, muitas vezes tirando um pouco do que nos faria falta, ajudamos os que mais precisam.
É isto que nos faz grandes, mesmo que passemos boa parte do tempo a dizer mal de nós próprios.
Dirão que, para isso, precisamos de exemplos e eles não abundam. Talvez…
Talvez não existam muitas ‘Isabeis Jonet’ para nos guiar os passos. Ou talvez andemos algo desatentos e essas ‘isabeis’ circulem por aí sem que nelas (e neles) reparemos.
Inclino-me mais para esta segunda hipótese. E arrisco dizer que devíamos redobrar a nossa atenção sobre as pequenas comunidades em que nos inserimos. Há muitos bons exemplos por aí, muitas instituições ávidas de mais uma mão amiga.
(in 'Região de Leiria' - "Da margem do Lis", 3 de Dezembro)

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