Apita o comboio

Noticia o ‘Público’ que terá sido adiado o encerramento do transporte de passageiros em parte da Linha do Oeste, previsto para o início de 2012. Escreve o jornal (na terça-feira) que na origem desta alteração está a necessidade de realizar um concurso público para assegurar o transporte rodoviário dos passageiros afectados.
E uma meia boa notícia.
É boa, porque adia a sentença de morte.
É só meia, porque não há qualquer garantia de reversão do essencial: o fim do transporte de passageiros no sector a Norte de Caldas da Rainha.
Entretanto, constituíra-se um movimento cívico em defesa da Linha do Oeste e a Câmara Municipal de Caldas da Rainha anunciara a realização de um ‘estudo de sustentabilidade’.
É pois tempo de trabalho em contra-relógio.
Tempo de sublinhar o aumento de utilização da linha durante o ano de 2010 (ignoro números relativos ao ano corrente).
Tempo de demonstrar que, mesmo sem qualquer investimento, bastará melhorar a oferta horária da Linha do Oeste para que a sua utilização seja incrementada.
É claro que são necessários investimentos, de acordo, aliás, com estudos e projectos da própria CP. Mas insistir nisso, agora, será contraproducente (porque facilmente ‘desmontável’ em nome da crise).
Mas isso não é o fundamental. O fundamental é demonstrar que, com o mesmo equipamento e com a mesma infra-estrutura, basta melhorar os horários (e a frequência) para os comboios passarem a servir as pessoas e as pessoas a servir-se dos comboios.
A crise será, aliás, um bom ‘argumento de venda’ de bilhetes.
Quero acreditar que a crise que vivemos pode ser aproveitada como uma oportunidade. Não só aqui, mas também aqui.
Manter a Linha do Oeste aberta com os horários actuais é a melhor forma de demonstrar a sua inutilidade.
Prolongar a actual agonia só aumenta os prejuízos.
(in 'Região de Leiria' - "Da margem do Lis", 25 de Novembro)

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