Os comboios (de novo)

O ministro da Economia anunciou esta semana a solução do Governo para o projecto de alta velocidade ferroviária que, intermitentemente, vem ocupando o espaço mediático desde há nem sei bem quantos anos.
Depois do ‘tê deitado’, depois do ‘pi deitado’ e de algumas outras ‘soluções’, o “TGV” irá ser substituído por duas linhas de ‘velocidade elevada’ que permitam a ligação dos portos atlânticos de Aveiro e Sines a Espanha (e à Europa). Se percebi, linhas mistas de passageiros e mercadorias que permitem aproveitar os previstos fundos comunitários e ficarão mais baratas que a ‘alta velocidade’. Também se percebi, faltará o acordo espanhol, coisa que talvez não seja assim tão simples de obter. E faltará, ainda, saber se temos capacidade para assegurar a componente nacional do financiamento e se, mesmo com estas alterações, o projecto será economicamente viável.
Ligar portos portugueses ao interior espanhol é, à partida, uma boa ideia, especialmente porque os portos galegos estão mais longe. Outra coisa será sonhar com um mais rápido acesso à Europa, uma vez que muito dificilmente Espanha permitirá uma linha internacional que não passe por Madrid (e isto aumenta a distância, especialmente no que respeita a Aveiro).
Do ponto de vista nacional (digamos assim), estamos conversados. Outra coisa é o ponto de vista regional (e a prometida estação TGV em Leiria).
Deixemos a velocidade de lado porque efectivamente, para um país como Portugal, pouco importa se os comboios atingem 350 ou 220 km/h. O importante é saber em que situação ficamos com esta prometida reformulação do projecto. Ficamos (mais uma vez) sem nada, ou as recentemente divulgadas intenções da CP para a Linha do Oeste são parte desta reformulação e podemos acreditar que voltaremos a ter comboios decentes?
Convinha que, por cá, ninguém se distraísse…
(in 'Região de Leiria' - "Da margem do Lis", 30 de Setembro)

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