Nuclear? Não!

Hiroshima e Nagasaki (Japão, 1945), Three Mile Island (Estados Unidos da América, 1979), Chernobyl (Ucrânia, 1986), Fukushima (Japão, 2011).
Ali aconteceram os cinco maiores desastres nucleares do Mundo. Eu sei que os dois primeiros não foram bem ‘desastres’; foram bombardeamentos militares, quiçá desnecessários. Mas, tal como os outros, provocaram um número astronómico de vítimas de uma energia comummente apresentada como ‘limpa’. Junto-os aos outros apenas para sublinhar a coincidência trágica de terem ocorrido no Japão, precisamente onde aconteceu o mais recente desastre.
O debate em torno do nuclear, enquanto energia limpa e barata que nos pode ‘salvar’ dos malefícios (e preços) do petróleo, ganhou nova actualidade perante a catástrofe japonesa deste mês.
Na minha opinião, tecnicamente ignorante mas humanamente preocupado, por muito ‘limpo’ e barato que seja, o nuclear não se justifica enquanto fonte energética. Precisamente por causa dos riscos incontroláveis que encerra. Em Three Mile Island e Chernobyl, tanto quanto sei, estiveram em causa falhas técnicas e humanas. Em Fukushima, estamos perante as consequências de um violentíssimo sismo. Em qualquer dos casos, verificaram-se problemas que, por muito previstos que sejam, serão sempre incontroláveis.
O nosso abastecimento energético tem que passar, obrigatoriamente, por outras fontes e muito provavelmente por um comportamento menos gastador. É por aqui que devemos ir, investigando, experimentando, inventando…
Se as imagens de Hiroshima e Nagasaki conseguiram (apesar de tudo) manter a Guerra Fria longe dos arsenais nucleares, as imagens de Fukushima devem ser inspiradoras da negação do nuclear. Não é limpo (como se vê) e é caríssimo naquilo que mais nos deve preocupar: a vida.
(in 'Região de Leiria' - "Da margem do Lis", 25 de Março)

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