Já basta!

Uma notícia num dos jornais de hoje (escrevo na terça-feira, dia 22) levou-me a alterar o texto que tinha pensado escrever para partilhar com os leitores do ‘Região de Leiria’.
Li que o Tribunal Constitucional alterou novamente o “apuramento final” da eleição presidencial de 23 de Janeiro passado.
Li e pasmei…
Um mês depois do acto eleitoral, e 15 dias antes da tomada de posse do ‘novo’ Presidente da República, ainda não se sabe quantos votos teve cada candidato?
Pior… nem sequer se sabe quantos somos nós, eleitores portugueses?
Em linguagem popular muito em voga, isto é mau de mais para ser verdade. É (era) impensável que uma ‘coisa’ destas pudesse acontecer em Portugal, perto de quatro décadas depois do 25 de Abril.
A recente eleição presidencial já ficara marcada pela confusão, inexplicada, do que posso designar como ‘abstenção forçada’ de um número incalculável de eleitores. Uma ‘nódoa’ que jamais poderá ser ‘limpa’ e que desprestigia a política portuguesa muito para além do admissível.
Como se não bastasse, temos esta saga aparentemente interminável da contagem (e correcção da contagem e re-correcção da correcção da contagem) dos votos.
Por sorte, esta sucessão de ‘desastres’ aconteceu numa eleição uninominal, onde todos os votos contam para os mesmos ‘montes’ e as diferenças entre as candidaturas não deixam margem para (grandes) dúvidas.
E se tudo isto tivesse acontecido noutro tipo de eleição? E se esta disparidade de números apurados fosse inferior à diferença entre dois ou mais candidaturas?
Já basta! Ao menos, que sirva de lição para o futuro!
(O tema de hoje seria a situação do outro lado do Mediterrâneo. O que está a acontecer é ainda demasiado confuso para se concluir seja o que for, mas desejo que sejam dores de parto – mais dolorosas nuns locais que noutros – da Democracia. Inshallah)

(in 'Região de Leiria' - "Da margem do Lis", 25 de Fevereiro)

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