Como?

“O ministro das Finanças admitiu hoje (dia 2 de Junho de 2010) a retroactividade do aumento do imposto, afirmando que “o futuro do país” e o estado de crise o justificam. Foi no debate, no Parlamento, sobre o plano de austeridade, incluindo o aumento de impostos, acordado entre o Governo e o PSD de Pedro Passos Coelho.
“É por estar em causa a economia, o emprego e o futuro de todos nós que temos que avançar com estas medidas e este é um valor que se sobrepõe ao princípio da retroatividade que é um princípio protegido na Constituição mas não é um princípio absoluto que se sobreponha ao bem público e ao carácter imprescindível e de emergência”, disse Teixeira dos Santos, em resposta a uma pergunta da deputada do CDS Assunção Cristas.
O governante afirmou que a proposta do CDS de impedir os efeitos retroactivos dos aumentos seria impraticável.”
(do ‘Público’ on-line)


Ausente uns dias deste ‘paraíso’, só hoje me apercebi da enormidade acima transcrita.
Pelos vistos, o Ministro das Finanças escolheu a pior via para justificar os aumentos de IRS; sim, porque podia tentar explicar que sendo o IRS um imposto ‘anual’ (embora com ‘prestações mensais’), só no final de Dezembro pode ser efectivamente calculado.
Mas não! Sª Exª resolveu fazer doutrina e perorar sobre ‘bem público’ e ‘princípios absolutos’. E não! Não usou uma figura de estilo. Falou ‘a sério’ em plena Assembleia da República!
No limite interpretativo, Sª Exª usurpou poderes presidenciais e decretou o ‘estado de emergência’. O que é (outra) violação da Constituição da República Portuguesa.
Não percebo! Então ouvem-se NA CASA DA DEMOCRACIA aquelas palavras e (quase) não há reacção? Onde estão aqueles ‘guardiões do templo’ que, há uns meses, andaram aos berros por causa de uma figura de estilo a que recorreu a então líder do PSD?
A única explicação que, assim de repente, me ocorre é esta: a suspensão da Democracia (por um ‘governo’ de ‘esquerda’) não é grave; aliás, a Democracia é perfeitamente dispensável se for a ‘esquerda’ a governar… para sempre.
Só não me ocorre nenhuma explicação para a quantidade de ‘idiotas úteis’ que fazem coro com os ‘outros’.

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