A Natureza não perdoa

“Não se metam com a Natureza! Ela ganha!”
(no Facebook da minha sobrinha mais velha, a propósito da Praia do Pedrógão)

O que está a acontecer na Praia do Pedrógão, embora tenha perigosamente acelerado, anunciava-se há décadas. É justo lembrar José Nunes André e outros que, desde os anos 90 do século passado, vinham alertando para o fenómeno.
Não há uma razão única para o desaparecimento do areal, mas há uma que é gritante e que só interesses locais justificam. O prolongamento dos molhes da foz do Mondego, em benefício exclusivo do porto, retém indevidamente milhares de metros cúbicos de areia, provocando o recuo da costa para Sul.
Neste curto espaço é impossível enumerar razões técnicas, mas o efeito está à vista numa simples consulta ao Google Earth: logo a Sul da Figueira, vejam quantos esporões foram necessários para manter uma praia.
Ao longo de todos estes anos não faltaram avisos, alertas, protestos, etc. Como não faltou displicência ou ignorância.
É essencial, para manter o porto da Figueira, que os molhes sejam tão extensos? Transfira-se a areia para Sul. Já!
Não é essencial? Cortem-se os pontões. Já!
Sem isto, em alternativa ou (melhor!) cumulativamente, não há solução e quanto mais areia for despejada (ou recuperada do mar) no areal mais será arrastada. Pedras, muros e afins terão o mesmo destino.
(in 'Região de Leiria' - "Crónica irregular", 13 de Fevereiro)

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