Big brother
Foi anunciado esta semana o projecto de instalação de quase meia centena de câmaras de videovigilância no centro de Leiria. Os objectivos são louváveis e inquestionáveis, mas repugna-me o meio para os atingir. É verdade que qualquer de nós, nos mais pequenos actos da vida, já prescindiu de uma fatia significativa da sua privacidade: utilizamos cartões de pagamento e a ‘Via verde’, andamos permanentemente com um telemóvel no bolso. Todos esses ‘equipamentos’ deixam rasto, bastando seguir as ‘pegadas’. Mas utilizamos esses objectos porque, quando e onde queremos: basta desligar o telemóvel para nos ‘evaporarmos’… Outra coisa completamente diferente é um sistema de videovigilância. Que não controlamos nem saberemos efectivamente onde está. Mas que está, vê e, presumo, regista. E ser controlado pela PSP não altera o fundo da questão. Incomoda-me saber-me permanentemente observado, mesmo que seja para ‘garantir’ a minha ‘segurança’. Incomoda-me saber que alguém, algures, sabe onde estou...