Hoje, há 43 anos…
Hoje, há 43 anos, estava em Fátima. O puto que eu era guiava um grupo de peregrinos franceses, que se deslocaram a Fátima para ver o Papa Paulo VI, nas suas deslocações para (e de) o local de pernoita (Fátima-Praia do Pedrógão-Fátima). O puto que eu era esteve em Fátima e não viu o Papa. Ou melhor… viu-o através da televisão, em casa da Avó Teresa, que hoje recordo com imensa saudade. A minha Avó Teresa foi uma mulher extraordinária, um exemplo permanente de dádiva e entrega aos outros, de compreensão e tolerância. Muito cedo viúva, criou três filhos à custa de muitíssimos sacrifícios e de uma fé ímpar, que não precisava de manifestações exteriores para se revelar. A minha Avó Teresa foi a pessoa mais serena que conheci até hoje. Não me recordo de uma única vez em que a tenha ouvido elevar a voz, que a tenha visto irritada. Sempre a mesma tranquilidade, mesmo quando a vida lhe era 'madrasta' (e foi-o muitas vezes). Na sua aparente fragilidade física, foi a pessoa mais forte...