Esta palavra... ruptura

O meu apoio imediato à candidatura de Paulo Rangel à presidência do PSD sustenta-se nesta palavra 'mágica': RUPTURA.
Sim! É isso que urge!
Romper com práticas antigas de duas décadas. Romper com o 'bloco central dos interesses', esse 'governo não escrutinado' de que fala Pacheco Pereira e que, antes dele, Henrique Neto 'baptizou'. Romper com uma paz podre (ou guerra aberta?) que consome o PSD e a que Santana Lopes se refere hoje na entrevista ao 'Sol'. Romper com o deixa andar e o 'faz que se opõe mas não opõe' que marca os nossos dias. Romper com o calculismo e as solidariedades espúrias, promiscuas e... pornográficas que nos 'mandam' proteger os 'nossos' e atacar os 'deles', mesmo que sejamos todos do mesmo 'clube'.
É tudo isto que determina o meu apoio, como há dois anos me levou a apoiar Manuela Ferreira Leite (em nome da VERDADE das coisas) e, há quatro anos, a apoiar Cavaco Silva (em nome da seriedade e da decência na política).
Não conheço Paulo Rangel para além de um almoço de campanha em Leiria, dos jornais e das televisões. Ao contrário, curiosamente, dos outros dois candidatos anunciados, com quem partilhei caminhos, lutas, cumplicidades e a quem me ligam relações de amizade (mais profundas com o Pedro).
Mas não é isso que está em causa. Não está em causa o respeito e a consideração pelo José Pedro Aguiar-Branco, nem a amizade com o Pedro Passos Coelho. Nem com muitas e muitos que estão com um ou com o outro.
Tentei sempre, na política como no resto da vida, separar os campos. E é isso que estou a fazer.
Olhando para o Pais e para o PSD, acredito que só Paulo Rangel pode fazer o que é preciso (urgente) fazer. Só Paulo Rangel está em condições de fazer um corte com o passado, com as cumplicidades do passado, com o cruzamento de interesses do passado, com um certo 'fazer' do passado.
Sendo um 'novato' no PSD (e precisamente por isso), está desligado destas teias (virtuosas, sem dúvida, algumas delas) que tolhem e condicionam o que é preciso fazer.
Paulo Rangel não tem claques nem cliques, é livre para escolher caminhos e pessoas. E, neste passado recente, demonstrou coragem e visão, desassombro e vontade. Mostrou-o no discurso do 25 de Abril e no ponto final que colocou aos 'passeios' de Sócrates na Assembleia da República. Mostrou-o na campanha eleitoral para o Parlamento Europeu, quando contra tudo e contra (quase) todos derrotou o PS e um PSD que até ao dia das eleições clamava por não sei quantos 'messias'. Mostrou-o agora, avançando com a única candidatura que pôs o PS nervoso.
'Velho' que sou nestas coisas da política e do partido, lembro que o PSD só se afirmou verdadeiramente quando rompeu (e SEMPRE primeiro internamente!).
Afirmou-se com Francisco Sá Carneiro nos idos de 70 (sim! contra o Conselho da Revolução, mas também contra os 'urbanos' [que eu era...]): e nasceu a AD!
Afirmou-se com Cavaco Silva nos idos de 80 (contra o 'bloco central'. mas também contra parte do PSD [onde eu estava]): e o salto que Portugal deu foi imenso!
Agora, quando o País e a Democracia estão numa situação pior do que naqueles dois momentos e eu três e duas décadas mais velho (respectivamente) não há margem para enganos, para experiências ou para solidariedades de grupo.

Primeiro o País, depois a Democracia e no fim o partido. Como nem todos servem para dar corpo ao legado fundamental de Francisco Sá Carneiro escolho o único que demonstrou perceber o que está em causa: Paulo Rangel!

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